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Estudantes da UESPI promovem educação financeira e cidadania para idosos por meio do teatro

lucas
junho 7, 2025
Projeto da UESPI leva educação financeira a idosos por meio do Teatro Fórum, unindo contabilidade, cidadania e arte em ação inovadora.

Transformar o conhecimento contábil em algo acessível, lúdico e socialmente relevante é o propósito de um projeto inovador desenvolvido por estudantes da Universidade Estadual do Piauí (UESPI). Por meio do teatro, os universitários estão levando temas como finanças, direitos e cidadania a um público frequentemente esquecido: os idosos.

Intitulada “Educação Financeira para Idosos: Vozes em Cena”, a peça será apresentada na próxima terça-feira (10), às 9h30, na Universidade Aberta à Terceira Idade (Unati), um espaço vinculado à UESPI dedicado à inclusão e valorização do envelhecimento ativo.

Uma proposta que alia arte, educação e cidadania

A iniciativa foi idealizada por Guilherme Almeida, estudante do curso de Ciências Contábeis, sob orientação do professor Dr. Josimar Alcântara. O projeto integra a disciplina Atividade Curricular de Extensão (ACE) e representa uma ação concreta de aproximação entre universidade e comunidade.

Inspirado nas técnicas do Teatro do Oprimido, desenvolvido pelo dramaturgo brasileiro Augusto Boal, o grupo universitário criou um espetáculo no formato Teatro Fórum, no qual o público é convidado a interagir diretamente com os atores, sugerindo caminhos e soluções para os conflitos encenados.

Teatro Fórum: escuta ativa e transformação coletiva

Na peça, os estudantes dramatizam histórias reais baseadas em situações enfrentadas por idosos, como golpes financeiros, dificuldades para acessar direitos previdenciários e dúvidas sobre aposentadoria. Em vez de apenas assistir, o público pode intervir, opinar e até subir ao palco para reinterpretar as cenas com novas abordagens.

“Queremos que os idosos se reconheçam nas cenas e percebam que têm voz ativa para mudar suas próprias realidades. O teatro é uma ferramenta poderosa de empoderamento”, afirma Guilherme Almeida, que também dirige o espetáculo.

Desenvolvimento de habilidades além da sala de aula

Para os estudantes, a experiência vai além da atuação. O projeto envolve oficinas de improvisação, escuta ativa e expressão corporal, com base na pedagogia de Boal. Além disso, estimula a sensibilidade social dos futuros contadores, que aprendem a comunicar conteúdos técnicos de forma clara e humanizada.

“O projeto desafia o modelo tradicional de ensino ao propor uma nova linguagem para a contabilidade. Estamos ensinando sem usar planilhas, e isso está nos transformando também como profissionais e cidadãos”, destaca Guilherme.

Interdisciplinaridade e impacto social

A proposta interdisciplinar também envolve parcerias com instituições que atuam com a terceira idade, promovendo trocas entre gerações e criando espaços seguros para que os idosos compartilhem suas vivências. A construção das cenas parte de relatos reais, garantindo representatividade e pertinência nos temas abordados.

O professor Josimar Alcântara ressalta que o projeto contribui para a formação de uma consciência crítica nos alunos. “É fundamental que o universitário compreenda seu papel social. A contabilidade não deve estar restrita ao mundo empresarial. Ela também pode ser uma ferramenta de transformação e inclusão”, afirma.

Combate à exclusão financeira e valorização da cidadania

Num país onde boa parte da população idosa ainda enfrenta dificuldades para compreender temas financeiros básicos, projetos como este desempenham um papel crucial na promoção da educação financeira. Além disso, fortalecem a autoestima dos idosos, reconhecendo-os como sujeitos ativos e detentores de direitos.

“O acesso à informação é uma forma de autonomia. Quando um idoso entende sua aposentadoria, seus direitos como consumidor ou como contribuinte, ele passa a ter mais segurança em suas decisões”, completa Guilherme.

Próximos passos e expansão da iniciativa

Após a estreia, o grupo pretende levar a peça para outras instituições de apoio à terceira idade, comunidades e eventos sociais. A meta é ampliar o alcance do projeto e estimular novas ações de extensão universitária com linguagem acessível e foco na inclusão.

“Queremos inspirar outros estudantes e professores a adotarem métodos criativos para dialogar com a sociedade. A educação pode ser feita com arte, empatia e escuta. E o teatro é uma ponte potente entre o saber acadêmico e o saber popular”, finaliza o diretor do projeto.

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Conclusão

“Educação Financeira para Idosos: Vozes em Cena” é mais do que uma peça teatral — é uma proposta pedagógica que transforma o palco em sala de aula e o público em protagonista. Ao unir contabilidade, arte e cidadania, os estudantes da UESPI mostram que é possível ensinar e aprender de forma sensível, democrática e transformadora.