
Estudo Avalia Finanças de Clubes Brasileiros: Flamengo e Palmeiras na Frente
Um levantamento recente analisou a saúde financeira dos principais clubes do futebol brasileiro e revelou um cenário que destaca Flamengo e Palmeiras como líderes em gestão econômica, enquanto outros times tradicionais, como Corinthians e São Paulo, apresentaram notas inferiores. A avaliação foi baseada em critérios como endividamento, capacidade de investimento e fluxo de caixa.
Flamengo e Palmeiras disputam liderança financeira

Os dois clubes que vêm dominando o cenário esportivo também estão no topo quando o assunto é organização financeira. Flamengo e Palmeiras receberam notas A- e B+, respectivamente, e foram reconhecidos por sua capacidade de gerar receita, manter baixo nível de endividamento e apresentar resultados operacionais positivos.
O Flamengo, especialmente, obteve destaque por sua alta arrecadação com bilheteria, direitos de transmissão e patrocínios. Além disso, o clube apresenta margem operacional sólida e vem investindo com responsabilidade no futebol profissional e em infraestrutura.
O Palmeiras também foi elogiado pela sua gestão prudente, com forte apoio de patrocinadores e boa política de controle de custos. O clube apresenta um modelo de gestão que busca equilíbrio entre competitividade esportiva e responsabilidade fiscal, o que o mantém entre os mais saudáveis financeiramente do país.
Notas intermediárias para clubes tradicionais

Outros clubes de destaque nacional, como Atlético-MG, Grêmio e Internacional, receberam notas entre B- e C+, indicando um desempenho financeiro moderado. Embora tenham apresentado esforços para reduzir dívidas e melhorar a governança, ainda enfrentam desafios em áreas como gestão de passivos e previsibilidade de receita.
O Atlético-MG, por exemplo, mesmo com investimentos recentes em seu elenco e estádio próprio, enfrenta dificuldades para equilibrar a relação entre despesas e arrecadação. Já o Grêmio conseguiu melhorar seus índices nos últimos anos, mas ainda apresenta dependência significativa de receitas variáveis, como premiações esportivas.
O estudo também indicou que clubes com estrutura societária mais consolidada ou com parcerias comerciais de longo prazo tendem a apresentar melhores indicadores de sustentabilidade financeira.
Corinthians e São Paulo ficam com notas baixas
Corinthians e São Paulo, dois dos clubes mais tradicionais do futebol brasileiro, foram avaliados com nota C, refletindo preocupações em relação ao nível de endividamento e à instabilidade de receitas. Ambos enfrentam problemas recorrentes com folha salarial, passivos tributários e dificuldade em manter superávit operacional.
No caso do Corinthians, o estudo destaca que o clube tem enfrentado desafios com pagamento de dívidas estruturadas, além de enfrentar aumento de custos operacionais nos últimos anos. A falta de liquidez e o uso constante de antecipações de receita também foram pontos negativos observados no levantamento.
O São Paulo, por sua vez, sofre com instabilidade administrativa e dificuldades para manter um planejamento de longo prazo. O clube apresenta um desequilíbrio entre despesas com futebol profissional e receitas, além de falta de previsibilidade nos contratos de patrocínio e negociações de atletas.
Metodologia do estudo e critérios avaliados
O estudo foi conduzido por uma consultoria especializada em análise financeira de entidades esportivas. Foram avaliadas mais de 20 equipes que disputam as principais divisões do futebol nacional. As notas atribuídas foram baseadas em cinco pilares principais: geração de receita, estrutura de custos, endividamento, liquidez e governança.
A análise utilizou dados públicos dos balanços financeiros publicados pelos próprios clubes, além de entrevistas com dirigentes e consulta a relatórios de auditoria externa. A classificação final foi expressa em uma escala que vai de A (melhor situação) a D (risco financeiro elevado).
Segundo os responsáveis pelo estudo, a ideia é fornecer uma ferramenta de transparência e estímulo à melhoria da gestão dos clubes. A nota atribuída pode funcionar como um indicativo de atratividade para investidores, patrocinadores e até mesmo atletas interessados em estabilidade institucional.
Futuro da gestão financeira no futebol brasileiro
A tendência é que os clubes brasileiros caminhem para modelos mais sustentáveis, com maior transparência, profissionalização e adoção de boas práticas de governança. O avanço das Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs), por exemplo, tem impulsionado uma nova lógica de gestão baseada em metas e resultados.
Clubes que adotarem estratégias de longo prazo, com planejamento financeiro sólido e responsabilidade fiscal, tendem a ganhar vantagem competitiva também dentro de campo. O estudo reforça que, no futebol moderno, a saúde financeira deixou de ser apenas uma formalidade e passou a ser um fator decisivo para o sucesso esportivo.
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Para torcedores e investidores, esse tipo de levantamento é uma ferramenta importante para entender os bastidores dos clubes e acompanhar a evolução de suas gestões. A expectativa é que novas edições do estudo sejam publicadas anualmente, acompanhando a performance administrativa das equipes ao longo do tempo.